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Ayahuasca, da medicina ancestral a religião

Benefícios, malefícios, sintomas e relatos, tudo o que você precisa saber sobre o chá amazônico


Por: Vitor Silva - 26 de outubro de 2022 às 13:00



Chá Ayahuasca produzido através de uma mistura de diversas plantas amazônicas (Imagem:UOL)


O Ayahuasca, também conhecido como “vinho dos mortos”, é um chá alucinógeno produzido à partir da mistura de duas plantas amazônicas, o Mariri, um cipó nativo da região amazônica e as folhas de Chacrona, uma planta arbórea que também é nativa da região amazônica. A substância é utilizada cada vez mais em ambientes médicos e religiosos, ganhando popularidade e conquistando muito público.


Em 2015 foi realizado um estudo que foi financiado pelo governo brasileiro e que entrevistou 16.273 pessoas com uma representatividade nacional da população geral dos 18 aos 65 anos. A pesquisa foi realizada em 2015 e, segundo os estudos, aproximadamente 567 mil indivíduos já utilizaram o Ayahuasca pelo menos uma vez na vida.


A princípio, o Ayahuasca era usado apenas como um dos vários métodos antigos de medicina indígena, mas recentemente passou a ser usado também como uma forma de abrir a mente e criar visões místicas. Além disso, é originalmente utilizada em rituais religiosos xamânicos, mas sendo levada para outras religiões, como o Santo Daime, uma igreja cristã.


No Acre, especificamente no município de Tarauacá, através da Aldeia Pinuya, da etnia Huni Kuin, foi onde os rituais começaram a ser reconhecidos, atraindo turistas de diversos outros estados do Brasil e do mundo. Por conta desse crescimento, o Ayahuasca acabou se expandindo para municípios e metrópoles, inclusive em Jundiaí e região.


Em Jundiaí, no bairro do Caxambu, o Instituto Casa Beija Flor realiza rituais xamânicos utilizando o Ayahuasca. "Nossos rituais utilizam o Ayahuasca sempre com o objetivo de ajudar o próximo promovendo a limpeza interior, o que acaba sendo fundamental para pessoas com dependências químicas”, disse Anderson Espíndola (53), terapeuta e facilitador da Casa Beija Flor. Questionado sobre as dificuldades em promover o Ayahuasca, Anderson comentou um pouco sobre. “Como terapeuta, digo que a parte mais difícil é você conseguir uma linguagem que a pessoa absorva aquilo no seu íntimo, trazendo suas memórias mais profundas”, completou.




Logo do Instituto Casa Beija Flor, local que realiza cultos religiosos utilizando Ayahuasca



Mas e quem usa o Ayahuasca recorrentemente, qual a sensação? O que isso influencia no dia a dia? “O Ayahuasca me ajudou muito a me conectar com o meu eu interior. Me fez ter visões diferentes, o que acabou me aproximando do xamânismo”, Disse David Benedetti (41), design digital e frequentador dos rituais. Sobre a mudança no seu dia a dia, David disse que o chá e os rituais o ajudaram a ter mais tranquilidade. Me ajudou muito no quesito de ser uma pessoa mais tranquila. Isso me acalma, me faz ser uma pessoa melhor.”, completou.


Segundo relatos, as visões após o ingerimento são sempre muito parecidas. Segundo a influenciadora digital e atriz Gabi Lopes, durante uma entrevista ao podcast Podpah, apresentado por Igão e Mitico, a sua experiência com o Ayahuasca foi muito boa e diferente. Ela alegou que conseguia sentir seu corpo internamente, além de ter vistos seres espirituais azuis, conhecidos como Arcturianos. Ao conversar com seus colegas sobre, eles à informaram que também viram esses seres. “Foi incrível. Parece loucura, mas eu vi seres muito parecidos com aliens,os Arcturianos, seres espirituais. O mais engraçado foi que, além dos meus amigos, outras pessoas disseram que viram esses seres”, comentou.


Malefícios


O Ayahuasca também tem seus pontos negativos. Para uma pessoa que já sofre de problemas neurológicos, o Ayahuasca pode ser um verdadeiro perigo, pois ele afeta diretamente o sistema neurológico das pessoas. Por isso, é sempre muito importante pesquisarmos sobre o assunto e sobre o melhor lugar para participar dos rituais. Muito importante saber se o lugar é bastante frequentado, se é confiável e a experiência dos aplicadores sobre o assunto. As pesquisas também servem para as pessoas acabarem com o preconceito que existe em torno de religiões que utilizam uma bebida psicodélica.


Recentemente, em uma postagem no twitter, o Psicanalista Vini Del Fin (35) alertou as pessoas sobre um de seus pacientes que teve um surto psicótico decorrente da Ayahuasca. A postagem gerou muita discussão, o que fez com que ele se explicasse logo depois: "A postagem foi um alerta, só isso. Claramente este surto foi por conta de uma dose errada do Ayahuasca e que foi aplicada por alguém que não entende do assunto. Não promovi uma inquisição aos indígenas", disse.


Questionamos Anderson Espíndola sobre esse twitte do profissional. “Analisando melhor o texto, eu imagino que o paciente do psicanalista tenha tomado doses erradas ou ele possui alguma deficiência neurológica. É sempre importante reforçar que devemos procurar profissionais sérios.”, comentou.


Não conseguimos encontrar relatos de pessoas que tiveram um surto psicótico ao ingerir chá, apenas relatos de vômito, náuseas e diarreia, sintomas considerados comuns após o ritual.



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